Como é ser uma MULHER KENSHI?

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Hoje falamos com a Sensei Tábita Takayama sobre como é ser uma MULHER praticante de KENDO. Nossa entrevistada é Sensei, 5° DAN,  é atleta da Associação Cultural e Assistencial MIE Kenjin do Brasil, mais conhecido como MIE, mas não para por aí, ela também é ATLETA DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE KENDO.

Fizemos algumas perguntas a Sensei, aqui está o resultado do nosso bate-papo!

 

Com quantos anos você começou a praticar Kendo e o que te levou a esse mundo?

Eu comecei a treinar mais velha, com 20 anos. Minhas irmãs treinavam antes que eu. E um dia em que fui assistir elas treinando, vi um sensei mais velho praticando kendo e lutando com jovens. Na época tinha em torno de 80 e poucos anos. Fiquei impressionada com um esporte que possibilitava que alguém mais velho poderia continuar sendo forte de verdade. Esse sensei era o Kimura Sensei.

Qual o impacto do Kendo no seu dia a dia?

Hoje em dia tem um impacto imenso, tanto prático como filosófico. Há dez anos treino exaustivamente e de forma interrupta em treinos preparatórios para mundiais. Praticamente minha vida se adequou ao calendário de treinos do ano e aprendi a sacrificar domingos. Atualmente treino diariamente kendo e treinos funcionais para fortalecer o corpo. Equilibrar tudo isso com meu trabalho e vida familiar não é fácil, mas tenho uma família muito compreensiva e meu marido treina na mesma intensidade e com os mesmos objetivos, isso ajuda muito.

Depois de muito tempo treinando de forma intensa o objetivo se torna um detalhe e todo meu foco se concentra no caminho a ser percorrido. Aproveitar a jornada do kendo tem sido minha descoberta filosófica dos últimos anos e deixou meu aprendizado mais prazeroso e feliz.

“Minha única certeza no momento é que as metas melhoram o meu kendo. Se treino sem seguir uma trajetória não consigo ver amadurecimento.”

Você segue alguma dieta específica? Como é isso?

Sim. Sigo uma dieta rígida, mas não por estética, mas porque meu corpo tem que ter um peso X para que ele possa funcionar em sua plenitude.

Cada músculo do meu corpo tem um propósito definido. E por enquanto esses propósitos são muito intensos, e não posso dar bobeira. Tenho que me cuidar o máximo que puder. Ainda mais por ter mais de 30 anos.

Você sente algum “peso” de ser umA atleta? Digo em relação ao exemplo que você é como atleta e sensei para as meninas do Kendo e as futuras praticantes.

Talvez eu não sinta peso por ser uma atleta, mas sinta um pouco por ser ocidental e por ter começado a treinar praticamente adulta. Ás vezes sinto vontade de desistir, mas lembro que tem pessoas que se espelham em mim por eu representar um perfil comum no kendo do Brasil. O perfil de ocidentais que começam a treinar adultos. Esse perfil às vezes não consegue se destacar porque acha que nunca vai conseguir algo importante e desiste ou treina esporadicamente bloqueando resultados promissores.

Talvez a bandeira que eu levante seja da continuidade. E quando as pessoas continuam criam historias lindas de serem contadas. Conheço histórias emocionantes de pessoas do Sul ao norte e nordeste que enfrentaram o desafio de continuar.

O tempo vai passar, treinando ou não. Então que tal passar o tempo treinando?

Sempre falo por onde eu passo: “Daqui há dez anos, você vai ter desejado  começado hoje”

Kenshis reunidas no 1° Seminário Latino americano de Kendo para Mulheres, realizado no final de semana passado

Quando você começou, tinha muita mulher treinando? Como foi?

Tinham mais meninas, mas mesmo assim ainda eram poucas. Agora muito menos.

E você acha que o cenário mudou?

Mudou pra pior. Infelizmente não temos muitas meninas treinando e o kendo feminino do Brasil é o terceiro melhor do mundo há quase uma décadaÉ urgentemente necessário mais meninas. Não só para Campeonatos Internacionais, mas também como professoras. Quando você é menina e vê uma mulher graduada você vê representatividade e inconscientemente um objetivo. As meninas atuais devem procurar se graduar cada vez mais e ganhar mais postos hierárquicoa pelo futuro. Temos que ser exemplos acima de tudo por um futuro cenário melhor.

Qual o seu conselho para as meninas e mulheres que querem começar a treinar KENDO?

“VENHAM! AGORA! Precisamos de vocês! Hahahahahaha. E as que estão treinando, continuem firmes, por favor!”

O kendo é um esporte onde homens e mulheres podem lutar entre si. Talvez seja o único que eu eu conheça (de combate) que uma mulher pode vencer genuinamente de um homem.  E que apesar da força do homem,  a mulher consegue se sobresair com a técnica. É um esporte fantástico que merece dedicação e uma chance 🙂 #vemprokendo 😍

Além disso a Tábita cuida de uma fan page, a Kendogirls:

Uma fan page de conteúdo colaborativo sobre um dos esportes mais envolventes de hoje em dia: Kendo. Lá você pode saber onde treinar, notícias do esporte mais focado nas atletas femininas, momentos de reflexão e diversão. Você pode colaborar também enviando fotos, frases, textos e histórias por inbox ou pelo e-mail kendogirls@gmail.com.

www.facebook.com/kendogirls

Bom, esse foi o resultado do nosso bate-papo, logo mais teremos mais posts como esse. Gostou? Não gostou? Deixe seu comentário, compartilhe com seus amigos e VENHA TREINAR KENDO!!!

 

 

 

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